24/01/14

Madrugada Violenta


Coração, porque bates tão rápido? A brisa que contempla os campos e o mar que domina a velha praia não te acalmam? Eu sei , preferias viver protegido como numa redoma e abafar os gritos a teu redor.
As cabeças cansadas deixam-se levar pelo lado obscuro da vida e ai , quando a dor aperta, eu te suplico, meu pobre coração, que não te deixes levar por esta corrente incessante. Respiro fundo, o pensamento voa para terras longínquas e eu , frágil como um floco de neve , deixo que eles pousem.
Lamento, lamento imenso não controlar a saudades abafada que à noite entra sem pedir permissão, todavia quem sou eu para lhe fazer frente? Bem sei que a solidão não tem hora marcada e que a sombra do passado gera angústia. Oh meu coração, o que aqui dentro vai apenas nós o sabemos , e se sabemos…
Por fim , a muito custo , adormeço. Meus braços em volta de minhas pernas e minha cabeça protegida pelos cobertores. Suplico, esta noite não me assaltes ; deixa-me dormir noite a dentro ; acordar com um sorriso avassalador e sentir a paz a correr por entre as minhas veias. Em meia noite vamos e em meia noite fico, soluços violentos enganam meu peito ; a emoção aperta minha garganta ; soltam-se lágrimas em fio pela cara abaixo. Morrerei vencida por esta dor? A inquietação,; a angústia ; a mortal aflição de esperar sem esperança , correm dentro de mim como chumbo derretido.
Num supremo esforço , uni forças e adormeci , desapontada com a madrugada.