Tão certo seria recuar nos meus pensamentos ; voltar a ouvir o velho sino dando as 18h ; sorrir olhando para fotografias passadas ; contar histórias de leões e ovelhas ao mais novos , ou até mesmo gravar o meu nome numa pedra.
Ultimamente nada tem encaixado como antes , nada tem batido certo. Já não percebo o porquê dos sorrisos não dominarem o mendigo que anda perdido ; o porquê de sentir a minha alma tão nua , tão transparente como a água ; o porquê de me sentir impotente para com a minha vida , para com a vida dos outros.
Sabem lá eles a luta que o meu pobre coração todos os dias enfrenta , meu guerreiro , meu pobre guerreiro . Assaltado por milhares de emoções desconhecidas e por frases soltas que o meu cérebro tem a delicadeza de decifrar. Se me sinto bem ? Eu já nem sei se me sinto , se sou real .. As horas passam mas eu continuo estática, bloqueada pelo sufoco que todos os dias meu peito bloqueia.
Corria para bem longe daqui , sentava-me numa pedra a ver o pôr do sol .. o vento trataria de esvoaçar o meu cabelo e eu , com os meus olhos intensos , ficaria em paz . Em paz comigo e com o mundo.
Tentando percebendo o porquê...
de...
não ...
estares...
aqui...
Meu coração procura sorrisos , enche-se de coragem e conspira contra os maiores filósofos. A melancolia impede-me de derrubar este muro . Sentimentos corroem a minha pele ; pássaros pousam em meus ombros... fechei os olhos, acompanhada pela melodia mais calma que alguma vez conheci, suspiro flores de amor. A esperança ergue-se sobre mim e eu , como quem é surpreendido , acolho-me em meus braços, soltando sorrisos de amor.
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