20/08/14

É extraordinário como a morte aproxima os vivos , como deixamos de nos preocupar com a borbulha que apareceu antes de um encontro importantíssimo ; com o desgosto amoroso ; com as discussões geradas no seio familiar ; com o bolo que não saiu tão perfeito ou com o facto de os ténis que tanto queríamos terem sido todos vendidos. Somos estranhos , não num sentido negativo mas sim num sentido misterioso.
Sentimos um vazio tão grande quando alguém parte e em vez de nos prendermos a lembranças positivas preferimos focar-nos na ausência e no desgosto que daí advém .
Aos olhos de quem sobre acredito que não reparem no belo pôr do sol que se avizinha mas sim na agitação que as águas do mar apresentam . É deveras complicado observar o arco-íris em vez da chuva grosseira que domina o solo ; o cão que corre sobre um campo de tulipas em vez das cobras que rodeiam o velho poço ; as crianças que correm para nos abraçar em vez dos problemas acumulados no trabalho.
Connor Franta
from w.h.i
Será que aproveitamos realmente a vida? Com isto não me refiro se passeamos pelo mundo inteiro e se conhecemos imensas pessoas . Podemos afirmar que demos tudo por tudo para fazer feliz as pessoas que amamos ? Que demos tudo por tudo para nos sentirmos bem com a pessoa que somos ? Que demos um abraço à amiga que acabou de perder o namorado ou que cumprimos os nosso deveres morais e éticos ?
Posso afirmar que estamos em constante evolução , que precisamos de olhar para o nosso interior mas também para o interior dos outros e optar . Afinal a nossa vida é resumida a escolhas: correr ou ficar parada ; amar ou odiar ; discutir ou manter a calma (…). Temos escolhas para fazer e embora os exemplos que eu utilizei sejam banais também se tratam de escolhas que alteram o nosso rumo.

Admito que tenho medo de optar , afinal saímos sempre a perder algo .. ambas as escolhas nos podem levar para o mesmo fim mas como o sabemos? Resposta extremamente fácil : não o sabemos. Talvez seja isso que provoca tamanha inquietação , não sabermos o destino , os prós e os contras. Crescemos quando tomamos decisões e é disso que eu tenho medo , de crescer e de me arrepender.. Porque o arrependimento não mata fisicamente , psicologicamente é que eu já não afirmaria o mesmo ..


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