22/07/13

mil e um pensamentos

sinto a minha cabeça a desmaiar dentro da água. ouço tudo destorcido e não apresento muita noção do que se passa a meu redor. sei que a tristeza começa a dominar o meu ser mas mesmo assim , deixo-me desmaiar lentamente. não consigo mover meu corpo , apenas a minha alma para outras dimensões. do nada sinto que estou a abraçar uma pessoa muito especial..gosto da sensação de ver um rosto conhecido a proteger-me . o tempo vai passando , esse rosto nítido ficou cada vez mais distorcido . encontro-me em momentos de plena injustiça com um pouco de raiva à mistura. apercebo-me que quero gritar mas por algum motivo desconhecido é impossível. o que fazer? começo a ficar exausta porém mesmo muito enervada. sinto uma força a empurrar o meu corpo imaginário para outra dimensão, eu sei que conheço isto. estou provavelmente na minha casa. reconheço este perfume que domina a entrada; o barulho das discussões vindo da cozinha e da sala; as flores que pedem água como quem respira; as janelas que precisam de ser abertas por causa do calor ; os mosquitos que irritam os pobres seres que apenas anseiam por uma noite maravilhosamente calma. estou no meu quarto, deito-me no chão e fico a olhar para o teto , vejo um rosto novamente conhecido. mais uma vez , não consigo falar. vejo tudo a acontecer mas estou de tal mode petrificada que nem uma mosca consigo chutar. onde permanecem os meus pais? talvez longe pois o ar desta aldeia começa a ser demasiado pesado perante os rumores. agora consigo correr, corro para bem longe. encontro-me sentada na areia molhada, está completamente vazia. consigo gritar, finalmente. grito qualquer coisa distorcida e o aperto no peito acalma por uns minutos. sinto-me sozinha, talvez um pouco mais calma. dou por mim a recordar vivências do passado. como poderei sair deste sítio? consigo andar, dirijo-me até a um campo que se localiza a poucos km dali. fotografo imensas paisagens, objetos e animais. cheguei ao campo, está coberto por uma imensidão de girassóis. deveria correr por entre as flores? sento-me numa pequena rocha , não vá o campo ter cobras. sinto um enorme peso no peito, não percebo do que se trata mas agrada-me a ideia de permanecer sozinha. é desconfortável esta confusão e este aperto que dominam os meus dias. gosto de estar sozinha ou não encontro ninguém com quem goste de estar ? acordo sobressaltada, mais de metade do sonho é real. o que irei fazer? irá isto afetar-me assim tanto? tenho os olhos cobertos por uma melancolia que me preocupa. onde está a motivação? o dia decorre e aqui estou eu , preenchida por pensamentos que muitas das vezes nem têm nexo. onde está aquela alminha a quem eu posso contar que fui cortar o cabelo ou que vi um documentário sobre cobras? ela existe e eu conheço-a porém não me agrada a ideia de falar por telecomunicações , precisava de alguém aqui e agora. não posso convida-la para vir até aqui porque por enquanto não me sinto preparada para estar com ninguém , sinto-me muito confusa e com ausência de espaço para mim. no entanto, tem dias que precisava disso mesmo , de alguém com quem conversar. tinha razão , este verão seria diferente e assim se está a realizar. não me lembro de estar tão confusa. como é possível 5 min querer uma pizza e nos próximos 2 min preferir não comer nada? será que penso nas consequência que comer uma pizza me trás ou é mesmo da confusão em si? ao menos consigo dormir , o cansaço anda a dissipar-se ( mesmo acordando mil e uma vez de noite e tendo mil e um pensamentos diferentes ). a magia terá terminado? eu não quererei crescer porque sei que isso implica consequências que me irão afetar claramente o meu futuro? como poderia ser tão desenrasca e tudo ter-se alterado? (...)

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